Por: Isadora Garcia
Estava estática. Não conseguia desviar meus olhos da profundidade dos teus. A distância que nos separava já era insignificante e eu sentia minhas mãos tremerem. Tudo o que eu havia passado até aquele momento despertava um sentimento que naquele instante fluía por todo o meu corpo.
Ao menor sinal de um movimento teu, meu coração pulsava enlouquecido. Foi quando colocastes uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha e aproximaste teu rosto, segurando carinhosamente o meu em tuas doces e delicadas mãos. Meus olhos se fecharam lentamente sem que eu tomasse conhecimento. Experimentava uma sensação única.
Quando, finalmente, depois de todos aqueles meses em que te esperei, nossos lábios se tocaram, um show de sensações se espalhou em meu peito. Queria te prender a mim para sempre, queria eternizar aquele momento, queria, ao mesmo tempo, sentir cada detalhe do teu movimento suave e atropelar tudo, liberando o que guardei só pra mim por tempo mais do que suportável.
Nossos rostos se afastaram então e achei difícil abrir os olhos. Quando finalmente o fiz, encontrei o brilho do teu olhar, o carinho da tua expressão, o calor do teu sorriso... Inacreditável. Sorri de volta, tímida, e deitei minha cabeça no teu ombro, entregando-me ao que foi o melhor abraço de todos que já havia dado.
Saber que todas as vezes que suportei a tua ausência, e mesmo a tua indiferença, valeram a pena me trazia mais do que felicidade. Uma lágrima teimosa acabou caindo, mas enxuguei-na de modo que não percebestes. Não importava mais o passado, o sofrimento. Iríamos enfrentar juntos tudo o que nos fosse colocado do caminho. E eu poderia finalmente ser feliz.