Nada neste mundo é pior
que o silêncio de um talvez.
Preferia a dor de um jamais,
que corta, que fere, que mata de vez.
A espera, a dúvida, a ansiedade...
Como me perturbam tais sentimentos!
Antes a lágrima da partida,
que a inquietude do pensamento.
Seu talvez me tira o sono,
mantém acesa a esperança.
Seu talvez me (des)ilude,
me rouba qualquer segurança.
Sigo assim, instável,
nunca sei quando acredito.
Chegará logo a resposta?
Findará meu estado aflito?
Fico, então, imóvel,
Impossível é prosseguir.
Prolonga-se meu sofrer,
e seu talvez segue a sorrir.