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19.3.23

Your eyes

Isadora Garcia


Like stars in the night sky

They brighten their surroundings

The sweetest addition to my days.


I swim in their warmth

I dive in such sincerity


I no longer drown.


I surf in their silence

I float in such tenderness


Rays of peaceful screams

A thousand and one words

You and I are worth the tides.

3.3.23

Evidências salgadas

 Isadora Garcia

 

Minhas lágrimas pegam

A via expressa dos

Destinos traçados

Em meu rosto.

 

Sangue transparente

Que arde e acorda

As feridas abertas

 

Quase não sinto

Tal o costume

 

À dor

24.1.23

O mundo pela fresta

 Isadora Garcia


Como vim parar aqui?

Logo eu que arranquei a porta

Logo eu que busquei o sol

Que suportei a luz queimando

Que abracei o calor sorrindo

Banhei-me em sol

Mas não foste comigo

Tua porta segue entreaberta

E é pela fresta que vives

Sol e sombra

Calor e frio

Dualidade pela fresta.

Amo o sol

Mas amo mais a ti.

Te puxo pra lá

Me puxas pra cá

E ficamos na fresta.

27.7.22

Biblioteca de nós duas

Isadora Garcia

Quantas almas gêmeas

numa mesma prateleira?

Quantos à primeira vista

amaram-se ali?

Eu, você, dentre todas elas

Uma multitude de mim

Num infinito de você

Nossas histórias nesta estante

Suas outras bem naquela

E minhas tantas acolá.

Eu, você, um tanto de vezes

Nós duas do avesso

E em todas as línguas.

Uma, duas, três mil vezes

Namorando em cada página

Já escrita ou pensada.

Sempre existimos

 Isadora Garcia


E onde está a nossa história

Nesse mar de livros publicados?

Cadê o nosso amor sendo contado

Quando há tantos outros repetidos?


Pra todo lado é o mesmo enredo

Mas em canto algum encontro o nosso.

Onde estão os nossos amores?

Onde estão os nossos nomes?


Um legado incontável,

Um silêncio memorável,

Mas isso acaba aqui.


Se não as achei,

Eu mesma as crio.

Se não me contaram,

Às próximas, escrevo.

23.7.22

Impulses

Isadora Garcia

Need drove you here.

Yet you’re still

On hold

Unmoving

Waiting

For what?

You ask

Yet can you hear?


15.4.14

Silêncio dobrado

Isadora Garcia

Você foi alegria
(tristeza)
e sorrisos

Você foi esperança
(ilusão)
e planos

Você foi amor
(ferida)
e desejos

Você foi tristeza pela alegria
Você foi ilusão pela esperança
Você foi ferida pelo amor

Como pôde reunir duas numa face una?
Como pude enxergar uma numa face dúbia?
Como pôde?
Como pude?

Amor ilusório
Esperança triste
Alegria ferida

Tristeza amorosa
Ferida esperançosa
Ilusão alegre

Duas faces opostas
unidas num único silêncio
d... o... b... r... a... d... o...
de duas bocas veladas. 

20.12.13

.

Isadora Garcia

Vazio.
Silêncio.
Solidão.
Sua ausência me perturba
Seus olhos me faltam
Sua alegria me carece.
Choro o vazio da casa
Choro o vazio do peito
Choro a partida
Choro a impossibilidade do regresso
Choro.
Estico minha mão e todo o vazio
Mas o nada não é macio como você
Mas o nada não conforta
O nada não me olha
O nada não me entende.
Procuro presença
na ausência
Procuro conforto
na dor.
Não há.
Não há.
Não há.

Ficou o nada







e o nada não responde.



29.12.12

Fim súbito para o amor

Isadora Garcia

Não havia absolutamente nada que os conectasse, que pudesse fazer suas vidas se cruzarem, ou que possibilitasse um encontro casual. No entanto, da forma mais casual possível, seus caminhos deixaram de ser paralelos e, em um dado momento, sem que houvesse maior explicação do que o simples acaso, conheceram-se.
Digo desta forma: "conheceram-se", justamente por ter sido algo bem rápido, e não um processo longo, como normalmente levamos para afirmarmos que conhecemos alguém. O que normalmente leva-se meses para se tornar concreto, formou-se em pouco mais do que alguns dias. Não sei se foi a vontade de estarem juntos, se foi o fato de combinarem, ou se há alguma explicação para que tudo tenha ocorrido tão rápido, mas o fato é que, em poucas semanas, havia amor.
É difícil saber exatamente quando as coisas começaram a não dar certo. Não é que tenham surgido brigas ou discussões, mas tudo se tornou simplesmente confuso. É, acho que confusão é a palavra que define este momento daquela relação. Os dois estavam assustados e não havia como acalmá-los por meio de lógica, já que não existia lógica alguma naquilo tudo. E era impossível desligar as preocupações sem explicação racional para a paixão.
Aflitos e com medo, decidiram que o melhor era fazer aquilo parar. Já não pensavam mais no amor, apenas na confusão. Eles buscavam soluções para problemas dos quais eram eles próprios criadores, mas disso não se davam conta, é claro. E foi desta forma que o amor foi posto de lado e a razão tomou seu lugar. Assim que tomaram a decisão, se acharam muito responsáveis, os dois. Era admirável como conseguiam lidar com a situação com os pés no chão!
Dias passram e não, não funcionou. Foi súbita a maneira como suas vidas se cruzaram, mas não era possível que fosse igualmente súbita a separação dos dois. Antes, não havia nada, mas depois... Não se mata uma relação, uma história, um sentimento do dia para a noite, com um assinar de papéis. Não, não é assim que funciona. O ser humano é mais complexo que isso, é muito mais fascinante que isso! Se o amor fosse um jogo de regras definidas, não o jogaríamos a vida inteira com tamanha curiosidade. Se fosse fácil assim, haveria manuais, prescrições e até remédios (e, certamente, há os que os queiram!).
Observo de longe esses dois tolos que ainda ontem estavam sorrindo, achando que haviam feito a coisa certa e que haviam findado o problema. "Problema", chamam eles, mas que horror! Isso haveria de me agredir, de me ofender, mas nem ligo. Estou aqui a rir, enquanto eles pensam que se livraram do amor. Mal sabem eles a força que este sentimento tem. Mal sabem eles que é inútil tentar matar assim, de repente, algo que está predestinado a uní-los para sempre. Vou até ajeitar-me na poltrona, a história desses dois vai ser gostosa de assistir.

28.10.12

Dilemas de um talvez

Isadora Garcia


Nada neste mundo é pior
que o silêncio de um talvez.
Preferia a dor de um jamais,
que corta, que fere, que mata de vez.

A espera, a dúvida, a ansiedade...
Como me perturbam tais sentimentos!
Antes a lágrima da partida,
que a inquietude do pensamento.

Seu talvez me tira o sono,
mantém acesa a esperança.
Seu talvez me (des)ilude,
me rouba qualquer segurança.

Sigo assim, instável,
nunca sei quando acredito.
Chegará logo a resposta?
Findará meu estado aflito?

Fico, então, imóvel,
Impossível é prosseguir.
Prolonga-se meu sofrer,
e seu talvez segue a sorrir.

19.8.12

Eternidade fugaz


Isadora Garcia

Minha alma canta
E a canção é tão bela que
Envolve meu corpo numa dança

Dança eterna dos amantes
Tão eterna quanto o tempo
Pensou certa vez que seria.

27.5.12

Memória fraca


Isadora Garcia

           A realidade chegou cortante, dilacerando tudo ao seu redor. Meu coração, que antes mascarava certezas, fantasiando dúvidas, hoje se vê rasgado por verdades nuas e cruéis. Não há qualquer preocupação da vil assassina em atenuar os estragos que causa. O real machuca de propósito, corta com vontade, que é para ver se o coração aprende de uma vez por todas a lição. Mas ele não aprende... Ele não aprende...

26.3.12

Sozinho nunca está o coração que ama


 Isadora Garcia

    Hoje acordei e havia um pássaro em minha janela. Aproximei-me e estranhei a calma do pequenino frente ao que deve parecer um gigante para ternos olhinhos, tão belos que são! Após desfrutar da tal doce surpresa, voltei à rotina incessável dos dias, quase cega de tão automática. A comida sem gosto das horas poucas da manhã, a água caindo em meu corpo e o que devia ser o milésimo engarrafamento marcado pela mesma cena de sempre me impediram de reparar uma presença pequena, discreta, mas constante.
              Foi divagando em meio às explicações do professor, sempre ininterrupto em suas palavras complexas, que o notei ao meu lado. Era o pássaro da minha janela, era ele a me vigiar! Trocamos perguntas explícitas e mudas, buscando respostas em faces tão distintas, que impossível nos era ler nos traços um do outro o que figurava nosso diálogo.
          Tentei fotografar cada pena colorida. Procurei memorizar em detalhes aquele momento, aquela conversa silenciosa calorosamente a me inquietar. Mas quanto mais me preparava para o susto de sua partida, mais ele me dava certeza da estabilidade de sua presença. Não nos separaríamos mais, isto era óbvio! Qualquer um seria capaz de ler tais verdades nos detalhes daquele momento, mas éramos nós os únicos a dançar sob o som daquela melodia. Os dias seguintes vieram e cada vez mais me alegrava nossa parceria. Nunca mais me via a sós. Nem na dor, nem na alegria. Protagonistas eram dois dali em diante na poesia.

20.5.11

Discursos Calados II

Isadora Garcia

Pensamentos via eu fluírem por teus olhos
Sentimentos tinha eu escorrendo pelo peito
Mas nada disso mudava a presente ocasião:
Era o silêncio que reinava em nossa separação.

Buscando respostas no passado recente
Seguia frustrada o diálogo ausente
Torcendo então para que negasses o dito
E desistisses daquilo rápido e aflito.

Arrastava-se dolorosa dos instantes a tardança
Morria no meu peito lentamente a esperança
Temia a obrigação de guardar-te em lembrança

Palavras, cega, eu esperava
Ausentes sons tu me deixavas
Tua boca muda já me faltava...

Discursos calados I

Isadora Garcia

Já muito busquei em minha vida
Palavras com mais emoção
Do que aquelas que segredávamos
Um ao outro no mais profundo silêncio.

Teus olhos tão intensos e penetrantes
Colocavam palavras jamais proferidas
Nos lábios cerrados curvados em aviso
Que tanto ficava eu a admirar.

A cada vislumbre, mil significados.
A cada encontro, mais calados.
A cada instante, mais apaixonados.

Teus lábios queria tocar.
Tua mente, penetrar.
Nossos discursos, efetivar.

31.3.11

Longa espera

Isadora Garcia

Quero o calor de um abraço
Todo dia a me confortar
Quero o som de um riso
Como um afago a me sustentar

Quero distante a saudade
Que hoje vem me incomodar
Quero sentir em um beijo
A doçura que busco num olhar

Volte pro meu peito, amor
Traga no teu jeito fervor
Encontre no meu leito fulgor

Lembre-me do deleito calor
De provar o perfeito sabor
Da paixão, sujeito e autor

9.2.11

Silêncio de doce melodia 2

Isadora Garcia

Silêncio de doce melodia
Refizeste em mim a parceria?
Notaste outra vez a sintonia
Trazendo auxílio então na poesia?

Silêncio de sorrateira ventania
Convence o coração da fantasia!
Varre de meus ouvidos na correria
A saudade de antiga companhia!

Apaga da memória a cortesia
Esconde do beijo a ousadia
Disfarça do desejo a euforia.

Mostra-me com tua sabedoria
Que é melhor quando anestesia
O amor que hoje me angustia.


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Veja aqui o primeiro "Silêncio de doce melodia"
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3.2.11

Sentimento essencial

Isadora Garcia

Impossível provar teu sabor
Sem, na despedida, sofrer a dor
E, na expectativa, reinar o temor
De nunca mais sentir teu calor.

Mesmo sabendo ser tu das loucuras autor,
Não posso meus dias sem ti compor,
Pois a falta de teus frutos me leva ao torpor,
Destrói da vida o sentido, me traz o rancor.

Por isso te peço: devolva-me o fulgor.
Ouça o pedido que faço com ardor,
Traga de volta aos meus dias a cor.

Se pedir, sou tua sem me impor,
Da tua condição aceito o valor,
Mas volte ao meu peito, amor.

4.9.10

Um adeus tardio

Isadora Garcia
Para Francisco Pedro Garcia
.
.
Tento apegar-me a memórias difusas
de um passado feliz ao teu lado.
Eras tão sábio, tão erudito,
um homem que construiu uma vida de glórias
com o suor e a vontade de vencer
que guardava no peito.
.
As lágrimas não param de rolar meu rosto.
Choro com a fraqueza de uma criança,
tão pequena frente ao mundo, tão impotente.
Choro com a força de um adulto,
que, infelizmente, compreende o que se passa
e se arrepense como nunca pensou ser possível.
.
Foste embora, sim, já era previsto,
mas a dor que suporto, esta não me era conhecida.
Foste embora e me deixaste tua lágrima,
cena que ficará presa, vívida em mim
fazendo companhia para o aperto em meu peito.
.
Perdoe o vazio de minhas palavras caladas.
Se pudesse, berrava agora meu amor para o mundo.
Perdoe meus erros, me perdoe...
Só agora vejo a importância
que teria tido aquele adeus.

3.8.10

O egoísmo do amor

Por: Isadora Garcia


Se algo aprendi nos últimos dias, sem dúvida é que o amor é um sentimento egoísta. Quando se ama, por mais que jure para si mesmo que o que mais importa nesse mundo é a felicidade da pessoa amada, o coração dará um jeito de enganar a razão e agir por conta própria, buscando a realização de suas vontades, sem nem pensar nas conseqüências de seus atos.


Quando se ama, o sentimento é tão forte, que ignora-se o do outro, pensando sempre ser o único dotado de tamanho amor. O que o outro sente, a maneira como o outro age, o ser apaixonado não busca entender nada extrínseco ao seu amor, o que resulta na formulação de certezas errôneas e, principalmente, egoístas.


O amor pode ser o melhor dos acontecimentos, mas pode também ser o pior. A capacidade destrutiva do amor é inacreditável. Como costumam dizer, o amor é cego, mas cego não para enxergar os defeitos do que se ama e sim para enxergar o mundo ao seu redor. O amor ignora a existência de outras coisas a sua volta, de outras pessoas e seus respectivos amores e é aí que entram os desentendimentos, as brigas, os atos impensados e a capacidade destrutiva do melhor sentimento de todos.


Sei que, mesmo depois de toda essa conclusão triste, quando chegar a minha vez de sentir o que por hora observo, agirei desta mesma maneira, passarei por cima de sentimentos alheios e deixarei feridas que não pretendo, que no futuro arderão mais ainda no meu próprio coração repleto de amor.