Isadora Garcia
Cai a noite e pinto versos
com tinta transparente
Ainda fresca ela mancha,
se torna evidente
Sorte a minha que o mundo
não tem a mesma lente.
Isadora Garcia
Cai a noite e pinto versos
com tinta transparente
Ainda fresca ela mancha,
se torna evidente
Sorte a minha que o mundo
não tem a mesma lente.
Isadora Garcia
Censura não cura do erro a origem
Censura tão dura faz-se vertigem
Cala o que não se quer ouvir
Mata o que não se quer sentir.
Antes inofensivo,
o pensamento livre era
como uma flor cheirosa
no meio do caminho.
Inesperada, prazerosa
Digna de uma foto e um sorriso.
Hoje acorrentado,
o pensamento preso gera
aquela isca maldosa
no seio do meu ninho.
Disfarçada, misteriosa
Dona de um fogo e um feitiço.
Encerra, leva daqui, peço.
Enterra, nega existir, peco.
Mas só quem canta
as verdades sentidas
Só quem abre
as imaturas feridas
É o vento.
Seu calento,
Meu sustento.
Uma brisa e foi.
Mais um sopro e fui.