4.9.10

Um adeus tardio

Isadora Garcia
Para Francisco Pedro Garcia
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Tento apegar-me a memórias difusas
de um passado feliz ao teu lado.
Eras tão sábio, tão erudito,
um homem que construiu uma vida de glórias
com o suor e a vontade de vencer
que guardava no peito.
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As lágrimas não param de rolar meu rosto.
Choro com a fraqueza de uma criança,
tão pequena frente ao mundo, tão impotente.
Choro com a força de um adulto,
que, infelizmente, compreende o que se passa
e se arrepense como nunca pensou ser possível.
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Foste embora, sim, já era previsto,
mas a dor que suporto, esta não me era conhecida.
Foste embora e me deixaste tua lágrima,
cena que ficará presa, vívida em mim
fazendo companhia para o aperto em meu peito.
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Perdoe o vazio de minhas palavras caladas.
Se pudesse, berrava agora meu amor para o mundo.
Perdoe meus erros, me perdoe...
Só agora vejo a importância
que teria tido aquele adeus.

Um comentário:

Kaio Caiazzo disse...

Sei que esse é um sentimento triste e indesejado por todos, e você conseguiu traduzir ele de uma maneira linda e sincera que toca o coração de qualquer um que lê essa dificil despedida, como foi o meu caso. Estarei ao seu lado para te ajudar a superar esse triste acontecimento, e também para deixar claro que são poucos os que conseguem transformar tão humano sentimento em tão linda poesia, em um depoimento que por si só vale como redenção e declaração de amor e carinho a alguem que dificilmente será esquecido.